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Brasil fecha trimestre com inflação em alta, Selic estável e arrecadação em queda

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O relatório semanal do Rabobank destacou os principais movimentos econômicos e políticos entre os dias 22 e 26 de setembro de 2025. O documento trouxe análises sobre política monetária, inflação, contas públicas e externas, além de projeções para a economia brasileira e internacional.

Política monetária: Copom mantém tom duro e Selic em 15%

A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) reforçou a postura cautelosa do Banco Central. A decisão de manter a Selic em 15% reflete a estratégia de segurar juros por mais tempo para garantir a convergência da inflação à meta.

Segundo o relatório, o mercado de crédito mostra sinais de desaceleração, mas o emprego ainda segue firme. O Banco Central também revisou para cima o hiato do produto e manteve a projeção de taxa neutra de juros em 5%.

Inflação: IPCA-15 reacelera, mas fica abaixo do esperado

O IPCA-15 de setembro avançou 0,48% na comparação mensal, abaixo das expectativas do mercado. O indicador acumulou alta de 5,3% em 12 meses, acima do teto da meta de 4,5%.

A energia elétrica puxou a inflação para cima com a bandeira vermelha patamar 2, enquanto alimentos e transportes ajudaram a conter a pressão. Para o Rabobank, a inflação deve encerrar 2025 em 4,9%, com queda mais intensa nos preços de commodities agrícolas.

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Contas públicas: arrecadação recua após quase dois anos

A arrecadação federal caiu 1,5% em agosto, em termos reais, somando R$ 208,8 bilhões. Foi a primeira queda desde novembro de 2023. O recuo foi influenciado pela desaceleração da economia, redução de impostos como IRPJ e CSLL, além da valorização do real.

Apesar disso, no acumulado do ano, o governo ainda registra crescimento de 3,7% na arrecadação, o melhor resultado desde 2000 para o período.

Setor externo: déficit em alta e entrada de capital estrangeiro

As contas externas registraram déficit de US$ 4,1 bilhões em agosto. No acumulado de 12 meses, o saldo negativo chegou a US$ 76,2 bilhões, equivalente a 3,5% do PIB.

Em contrapartida, o Investimento Estrangeiro Direto (IED) manteve ritmo forte, com entrada líquida de US$ 8 bilhões no mês. No ano, o fluxo já soma US$ 69 bilhões, equivalente a 3,2% do PIB.

Política e mercado: Lula e Trump devem conversar

No campo político, o presidente dos EUA, Donald Trump, surpreendeu ao propor um encontro virtual com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A reunião, ainda a ser confirmada, deve ocorrer após ambos terem se encontrado brevemente na Assembleia Geral da ONU.

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Projeções para 2025 e 2026

O Rabobank revisou suas projeções e agora espera:

  • PIB: alta de 2,0% em 2025 e 1,5% em 2026;
  • Inflação (IPCA): 4,9% em 2025 e 4,2% em 2026;
  • Câmbio: dólar a R$ 5,75 no fim de 2025 e R$ 5,85 em 2026;
  • Selic: mantida em 15% até pelo menos o início de 2026.

O banco projeta ainda saldo comercial de US$ 70 bilhões neste ano, mas déficit em transações correntes de US$ 69 bilhões.

Perspectivas

Para os analistas, a economia brasileira enfrenta um cenário de incertezas externas e desafios fiscais internos. Mesmo com o real relativamente firme, os riscos geopolíticos e tarifários pesam nas projeções. A expectativa é de que o dólar encerre 2025 cotado a R$ 5,75, com cortes na Selic apenas a partir do segundo trimestre de 2026.

Fonte: Portal do Agronegócio160

Fonte: Portal do Agronegócio

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Presidente Donald Trump finalmente reduz tarifaço, mas só em 10% e frustra expectativas

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (14.11), a redução de 10% na tarifa sobre produtos agrícolas brasileiros, atingindo itens como carne bovina, café, frutas tropicais e açaí. A decisão, que chega após muitas expectativas e negociações truncadas, foi recebida com alívio pelos produtores, mas considerada insuficiente diante do forte impacto das medidas anteriores, com taxas de o50% – a maior do planeta.

Na prática, produtos como a carne bovina e o café seguirão pagando taxas elevadas para acessar o mercado norte-americano. Antes da mudança, a sobretaxa acumulada chegava a 50% (combinando a tarifa base de 10% e a adicional de 40% do Artigo 301). Com a redução de apenas 10%, o custo segue alto: a carne bovina, por exemplo, fica sujeita à cobrança de cerca de 40%. Para exportadores, o efeito prático é limitado e ainda não devolve plena competitividade ao Brasil nos Estados Unidos.

A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) reconheceu o avanço, mas destacou que as expectativas do setor eram por uma remoção mais ampla das barreiras tarifárias. O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) também aguarda definições sobre qual tarifa foi afetada pela ordem executiva, mas celebra qualquer avanço após um período marcado por incertezas e custos elevados.

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Embora o setor considere positivo qualquer sinal de abertura, o anúncio de Trump ficou abaixo das expectativas do mercado. Exportadores, cooperativas e produtores seguem atentos ao desdobramento das negociações, em busca de condições mais justas para competir no principal mercado consumidor do mundo.

Fonte: Pensar Agro

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