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Exportações de arroz enfrentam entraves e Brasil perde competitividade no mercado internacional

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A competitividade do arroz brasileiro no cenário internacional continua enfraquecida, pressionada por fatores internos e externos que dificultam o avanço das exportações. A avaliação é do analista e consultor da Safras & Mercado, Evandro Oliveira, que aponta perda de mercado e riscos crescentes de acúmulo de estoques no país.

Confira os principais destaques do atual panorama do mercado de arroz.

Brasil perde exportação de arroz em casca para o Uruguai

Segundo Evandro Oliveira, a exportação brasileira de arroz sofreu mais um revés recentemente com a perda de um carregamento de arroz em casca para o Uruguai. O principal fator para esse recuo, de acordo com o analista, está nos preços menos atrativos praticados pelo Brasil, quando comparados aos dos países vizinhos do Mercosul, como Paraguai e Uruguai.

“A rigidez do produtor brasileiro em manter pedidas elevadas, embora compreensível diante dos custos internos, revela um descompasso com a estratégia mais flexível e agressiva dos vizinhos”, explica Oliveira.

Estratégias diferentes entre países vizinhos prejudicam o Brasil

Enquanto Uruguai e Paraguai adotam uma abordagem mais pragmática, priorizando liquidez e equilíbrio de mercado, mesmo que isso implique perdas pontuais, o Brasil mantém uma postura mais conservadora. Isso pode resultar em estoques elevados ao fim do ano.

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“O Brasil corre o risco de encerrar o ano com significativo volume estocado, enquanto os concorrentes terão limpado seus armazéns”, alerta o consultor.

Balança comercial do arroz fecha abril com déficit

Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) revelam um cenário negativo na balança comercial do arroz em abril. O Brasil exportou:

  • 28,7 mil toneladas de arroz em casca
  • 37,8 mil toneladas de arroz beneficiado

Por outro lado, importou:

  • 3,1 mil toneladas de arroz em casca
  • 71,9 mil toneladas de arroz beneficiado

Ao converter todos os volumes para a base casca, o resultado foi um déficit de 24,5 mil toneladas no mês.

Política comercial precisa de revisão urgente

Evandro Oliveira ressalta que, caso não haja uma mudança na postura comercial — tanto por parte dos produtores quanto dos exportadores — o país poderá enfrentar um cenário de excedente interno, o que tende a pressionar ainda mais os preços.

“Sem revisão urgente na política de comercialização externa, o Brasil corre o risco de agravar a oferta excedente e a retração de preços no mercado interno”, alerta.

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Preço da saca recua mais de 30% em 2024

Os reflexos da baixa competitividade já são sentidos no mercado interno. No Rio Grande do Sul, principal estado produtor, a saca de 50 kg de arroz (58/62% de grãos inteiros, pagamento à vista) foi cotada na quinta-feira (8) a R$ 76,46, com uma queda de:

  • 0,08% em relação à semana anterior
  • 0,37% frente ao mesmo período do mês anterior
  • 30,86% em relação ao início de 2024

O arroz brasileiro enfrenta um momento decisivo. Com a rigidez nos preços e uma estratégia menos agressiva nas exportações, o país corre o risco de perder espaço internacional e enfrentar sérios desafios no mercado interno. A necessidade de ajustes na política comercial torna-se urgente para garantir competitividade e sustentabilidade ao setor.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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Prévia do PIB aponta crescimento de 1,3% no primeiro trimestre, impulsionado pela agropecuária

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O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma estimativa antecipada do Produto Interno Bruto (PIB), apontou expansão de 1,3% no primeiro trimestre de 2025. O dado, divulgado nesta segunda-feira (19), sinaliza uma aceleração no ritmo da economia brasileira, impulsionada principalmente pelo setor agropecuário. O resultado oficial do PIB, calculado pelo IBGE, será divulgado no próximo dia 30 de maio.

Economia avança no 1º trimestre com destaque para o setor agropecuário

O crescimento de 1,3% no IBC-Br foi calculado com ajuste sazonal, o que permite uma comparação mais precisa com o trimestre anterior, o último de 2024, quando o indicador havia registrado uma expansão menor, de 0,5%.

O bom desempenho nos primeiros três meses de 2025 marca o sexto trimestre consecutivo de alta no indicador. A última retração havia ocorrido no terceiro trimestre de 2023, com queda de 0,7%.

O setor agropecuário se destacou como principal motor da atividade econômica no período, com crescimento de 6,1%. Os demais setores também apresentaram resultados positivos:

  • Agropecuária: +6,1%
  • Indústria: +1,6%
  • Serviços: +0,7%
Expectativas de desaceleração para o restante de 2025

Apesar do bom desempenho no início do ano, tanto o Banco Central quanto o mercado financeiro projetam uma desaceleração no ritmo de crescimento da economia ao longo de 2025.

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As estimativas indicam:

  • Projeção do mercado: crescimento de 2,02% no ano
  • Projeção do Banco Central: expansão de 1,9%
  • Crescimento registrado em 2024: 3,4%

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reconheceu sinais iniciais de desaceleração, mas ressaltou a necessidade de vigilância sobre os preços. Segundo o BC, essa desaceleração faz parte da estratégia de controle inflacionário, considerada fundamental para alcançar a meta de inflação de 3%.

Hiato do produto e impacto dos juros na economia

Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o Banco Central informou que o “hiato do produto” segue positivo. Isso significa que a economia está operando acima de seu potencial, sem pressionar a inflação no momento.

O BC também avaliou que os juros elevados já contribuem para a desaceleração da atividade econômica e que esse efeito deverá se refletir de forma mais significativa na geração de empregos.

Março registra terceira alta consecutiva do IBC-Br

No recorte mensal, o IBC-Br cresceu 0,8% em março na comparação com fevereiro, quando havia avançado 0,5%. Esse foi o terceiro mês seguido de expansão. A última queda foi em dezembro de 2024 (-0,5%).

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Outros dados de destaque:

  • Comparação com março de 2024: alta de 3,5% (sem ajuste sazonal)
  • Trimestre x mesmo período de 2024: crescimento de 3,7%
  • Acumulado de 12 meses até março: expansão de 4,2%
Diferenças entre IBC-Br e PIB

Embora o IBC-Br seja considerado uma prévia do PIB, há diferenças metodológicas entre os dois indicadores. O índice do Banco Central leva em conta estimativas dos setores agropecuário, industrial e de serviços, além de impostos, mas não incorpora o lado da demanda da economia — considerado no cálculo do PIB oficial pelo IBGE.

O IBC-Br é, ainda, uma das principais ferramentas utilizadas pelo Banco Central para balizar decisões sobre a taxa básica de juros. Um crescimento mais forte da economia, por exemplo, pode aumentar a pressão inflacionária e influenciar na condução da política monetária.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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