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Mercado de café sente início da safra brasileira, mas cotações seguem sustentadas nas bolsas internacionais

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Enquanto as cotações internacionais do café arábica e robusta permaneceram firmes, impulsionadas por temores de oferta restrita no curto prazo, o mercado físico brasileiro já começa a registrar pressão típica da entrada da nova safra. A colheita, ainda em estágio inicial, especialmente para o arábica, influencia diretamente os preços praticados no país.

Preços firmes nas bolsas internacionais

As bolsas de Nova York e Londres registraram cotações sustentadas ao longo da semana, refletindo tanto fatores sazonais quanto macroeconômicos. No cenário global, a oferta ainda limitada, especialmente para o robusta, e as incertezas climáticas que impactaram a produção brasileira, continuam no radar dos investidores.

Em Nova York, os contratos de café arábica (base julho) oscilaram entre 385 e 390 centavos de dólar por libra-peso. Apesar da volatilidade influenciada por oscilações cambiais e decisões sobre juros nos Estados Unidos, o contrato julho registrou valorização de 0,7% na comparação entre os dias 1º e 8 de maio, passando de 384,65 para 387,35 centavos de dólar por libra-peso.

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Já em Londres, os contratos de café robusta (também base julho) apresentaram um ganho mais expressivo no mesmo período, com alta de 2,7%.

Oferta global: robusta sustentado e arábica com incertezas

No mercado do café canéfora (robusta/conilon), a oferta internacional permanece apertada, com a safra apenas começando no Vietnã e na Indonésia. Esse cenário sustenta os preços na Bolsa de Londres.

No Brasil, por outro lado, a colheita de conilon avança e se mostra promissora em volume. No entanto, o país, maior produtor e exportador mundial de café, deve enfrentar uma safra menor de arábica, impactada pelas condições climáticas desfavoráveis registradas no início de 2024. Essa situação gera preocupações entre os agentes de mercado, que acompanham de perto o ritmo da colheita e a qualidade dos grãos.

Pressão no mercado físico brasileiro com a chegada da safra

No mercado interno, a entrada da nova safra começa a influenciar negativamente os preços, tanto para o arábica quanto para o conilon. Apesar de os lotes colhidos ainda serem iniciais e apresentarem alto índice de catação, os compradores já pressionam por valores mais baixos, enquanto os produtores restringem a oferta, aguardando melhores condições de comercialização.

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Entre os dias 1º e 8 de maio, o café bebida boa no Sul de Minas Gerais registrou queda de 2,3% na base de compra, passando de R$ 2.650,00 para R$ 2.590,00 por saca. No Espírito Santo, o conilon tipo 7 também recuou, com desvalorização de 3,5% em Vitória, saindo de R$ 1.715,00 para R$ 1.655,00 por saca.

Perspectivas

O mercado segue em um momento de transição, com os fundamentos de curto prazo sendo impactados pela chegada da safra brasileira e pelas incertezas quanto ao tamanho e à qualidade da produção, especialmente do arábica. Ao mesmo tempo, o contexto global — marcado por instabilidade financeira e questões geopolíticas — continua a influenciar a volatilidade nas bolsas internacionais.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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Prévia do PIB aponta crescimento de 1,3% no primeiro trimestre, impulsionado pela agropecuária

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O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma estimativa antecipada do Produto Interno Bruto (PIB), apontou expansão de 1,3% no primeiro trimestre de 2025. O dado, divulgado nesta segunda-feira (19), sinaliza uma aceleração no ritmo da economia brasileira, impulsionada principalmente pelo setor agropecuário. O resultado oficial do PIB, calculado pelo IBGE, será divulgado no próximo dia 30 de maio.

Economia avança no 1º trimestre com destaque para o setor agropecuário

O crescimento de 1,3% no IBC-Br foi calculado com ajuste sazonal, o que permite uma comparação mais precisa com o trimestre anterior, o último de 2024, quando o indicador havia registrado uma expansão menor, de 0,5%.

O bom desempenho nos primeiros três meses de 2025 marca o sexto trimestre consecutivo de alta no indicador. A última retração havia ocorrido no terceiro trimestre de 2023, com queda de 0,7%.

O setor agropecuário se destacou como principal motor da atividade econômica no período, com crescimento de 6,1%. Os demais setores também apresentaram resultados positivos:

  • Agropecuária: +6,1%
  • Indústria: +1,6%
  • Serviços: +0,7%
Expectativas de desaceleração para o restante de 2025

Apesar do bom desempenho no início do ano, tanto o Banco Central quanto o mercado financeiro projetam uma desaceleração no ritmo de crescimento da economia ao longo de 2025.

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As estimativas indicam:

  • Projeção do mercado: crescimento de 2,02% no ano
  • Projeção do Banco Central: expansão de 1,9%
  • Crescimento registrado em 2024: 3,4%

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reconheceu sinais iniciais de desaceleração, mas ressaltou a necessidade de vigilância sobre os preços. Segundo o BC, essa desaceleração faz parte da estratégia de controle inflacionário, considerada fundamental para alcançar a meta de inflação de 3%.

Hiato do produto e impacto dos juros na economia

Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o Banco Central informou que o “hiato do produto” segue positivo. Isso significa que a economia está operando acima de seu potencial, sem pressionar a inflação no momento.

O BC também avaliou que os juros elevados já contribuem para a desaceleração da atividade econômica e que esse efeito deverá se refletir de forma mais significativa na geração de empregos.

Março registra terceira alta consecutiva do IBC-Br

No recorte mensal, o IBC-Br cresceu 0,8% em março na comparação com fevereiro, quando havia avançado 0,5%. Esse foi o terceiro mês seguido de expansão. A última queda foi em dezembro de 2024 (-0,5%).

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Outros dados de destaque:

  • Comparação com março de 2024: alta de 3,5% (sem ajuste sazonal)
  • Trimestre x mesmo período de 2024: crescimento de 3,7%
  • Acumulado de 12 meses até março: expansão de 4,2%
Diferenças entre IBC-Br e PIB

Embora o IBC-Br seja considerado uma prévia do PIB, há diferenças metodológicas entre os dois indicadores. O índice do Banco Central leva em conta estimativas dos setores agropecuário, industrial e de serviços, além de impostos, mas não incorpora o lado da demanda da economia — considerado no cálculo do PIB oficial pelo IBGE.

O IBC-Br é, ainda, uma das principais ferramentas utilizadas pelo Banco Central para balizar decisões sobre a taxa básica de juros. Um crescimento mais forte da economia, por exemplo, pode aumentar a pressão inflacionária e influenciar na condução da política monetária.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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