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Projeção de Área de Trigo no Brasil tem Recuo, mas Produção de 2025 deve Crescer 17,4%

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A expectativa é de que, mesmo com os desafios enfrentados pelo setor, a produção do trigo no país cresça 17,4% em relação ao ano anterior. A seguir, detalhamos os principais fatores que influenciam esse cenário e as movimentações do mercado interno.

Recuo na área plantada, mas produção em alta

A área destinada ao cultivo de trigo no Brasil deve registrar uma diminuição de 4,1% em 2025, totalizando 2,835 milhões de hectares, conforme estimativa da Safras & Mercado. Apesar desse recuo na área plantada, a produção do cereal no país está projetada em 9,125 milhões de toneladas, o que representa um crescimento expressivo de 17,4% em relação à safra anterior.

Elcio Bento, analista da Safras & Mercado, explicou que, inicialmente, as intenções de plantio indicavam um aumento, impulsionado pela perspectiva de recuperação nos preços e pelo clima favorável. No entanto, fatores como perdas climáticas nas safras anteriores e a concorrência com culturas mais rentáveis — como o milho safrinha e o sorgo — contribuíram para a revisão da área plantada. Além disso, o aperto financeiro, principalmente nas regiões afetadas pelas perdas na safra de verão, dificultou os investimentos em tecnologia e insumos.

Mudança no mercado brasileiro de trigo

O mercado interno de trigo passou por uma reversão no início de maio, alterando a dinâmica de formação de preços. Segundo Bento, até a segunda quinzena de abril, os vendedores estavam em posição de força, sustentados pela oferta interna limitada e pelos altos custos de importação. No entanto, com a valorização do real frente ao dólar e a queda nas cotações internacionais, os compradores começaram a ganhar espaço nas negociações.

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Essa mudança na postura dos agentes refletiu diretamente nas cotações do trigo no mercado brasileiro.

Preços no Paraná e Rio Grande do Sul
  • Paraná: O preço médio do trigo no mercado FOB interior caiu para R$ 1.553 por tonelada, representando uma queda de 3,5% em relação à semana anterior e 6,0% em relação ao mesmo período de abril. No entanto, o valor ainda está 15,1% acima do registrado no mesmo período de 2024.
  • Rio Grande do Sul: O preço médio no estado foi de R$ 1.445 por tonelada, com uma retração de 0,7% na semana e estabilidade em relação ao mês anterior. Comparado ao ano passado, o valor ainda apresenta uma alta de 10,9%.

Essas flutuações nos preços são influenciadas pela valorização do real e pelo recuo expressivo nas cotações do trigo no mercado internacional, principalmente na Bolsa de Chicago e na Argentina.

Pressões sobre os preços domésticos

Bento observou que dois fatores têm pressionado os preços do trigo no mercado brasileiro:

  • Valorização do real frente ao dólar.
  • Queda nas cotações internacionais, especialmente no trigo argentino e nas bolsas internacionais.
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Esses fatores impactam diretamente a paridade de importação, o que diminui o custo para a entrada do trigo estrangeiro no Brasil. No Paraná, a paridade caiu de R$ 1.638 para R$ 1.495 por tonelada, e no Rio Grande do Sul, de R$ 1.610 para R$ 1.470 por tonelada.

Com a redução dos custos de importação, os compradores passaram a adotar uma postura mais defensiva, realizando ofertas em torno de R$ 1.550 por tonelada no Paraná e R$ 1.400 por tonelada no Rio Grande do Sul.

Perspectivas futuras

A chegada do primeiro navio com trigo argentino ao Brasil reforça a expectativa de pressão contínua sobre os preços do trigo. A dinâmica de preços seguirá atrelada às oscilações cambiais e ao comportamento do mercado internacional, especialmente em relação à oferta do cereal nos países produtores.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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Prévia do PIB aponta crescimento de 1,3% no primeiro trimestre, impulsionado pela agropecuária

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O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma estimativa antecipada do Produto Interno Bruto (PIB), apontou expansão de 1,3% no primeiro trimestre de 2025. O dado, divulgado nesta segunda-feira (19), sinaliza uma aceleração no ritmo da economia brasileira, impulsionada principalmente pelo setor agropecuário. O resultado oficial do PIB, calculado pelo IBGE, será divulgado no próximo dia 30 de maio.

Economia avança no 1º trimestre com destaque para o setor agropecuário

O crescimento de 1,3% no IBC-Br foi calculado com ajuste sazonal, o que permite uma comparação mais precisa com o trimestre anterior, o último de 2024, quando o indicador havia registrado uma expansão menor, de 0,5%.

O bom desempenho nos primeiros três meses de 2025 marca o sexto trimestre consecutivo de alta no indicador. A última retração havia ocorrido no terceiro trimestre de 2023, com queda de 0,7%.

O setor agropecuário se destacou como principal motor da atividade econômica no período, com crescimento de 6,1%. Os demais setores também apresentaram resultados positivos:

  • Agropecuária: +6,1%
  • Indústria: +1,6%
  • Serviços: +0,7%
Expectativas de desaceleração para o restante de 2025

Apesar do bom desempenho no início do ano, tanto o Banco Central quanto o mercado financeiro projetam uma desaceleração no ritmo de crescimento da economia ao longo de 2025.

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As estimativas indicam:

  • Projeção do mercado: crescimento de 2,02% no ano
  • Projeção do Banco Central: expansão de 1,9%
  • Crescimento registrado em 2024: 3,4%

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reconheceu sinais iniciais de desaceleração, mas ressaltou a necessidade de vigilância sobre os preços. Segundo o BC, essa desaceleração faz parte da estratégia de controle inflacionário, considerada fundamental para alcançar a meta de inflação de 3%.

Hiato do produto e impacto dos juros na economia

Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o Banco Central informou que o “hiato do produto” segue positivo. Isso significa que a economia está operando acima de seu potencial, sem pressionar a inflação no momento.

O BC também avaliou que os juros elevados já contribuem para a desaceleração da atividade econômica e que esse efeito deverá se refletir de forma mais significativa na geração de empregos.

Março registra terceira alta consecutiva do IBC-Br

No recorte mensal, o IBC-Br cresceu 0,8% em março na comparação com fevereiro, quando havia avançado 0,5%. Esse foi o terceiro mês seguido de expansão. A última queda foi em dezembro de 2024 (-0,5%).

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Outros dados de destaque:

  • Comparação com março de 2024: alta de 3,5% (sem ajuste sazonal)
  • Trimestre x mesmo período de 2024: crescimento de 3,7%
  • Acumulado de 12 meses até março: expansão de 4,2%
Diferenças entre IBC-Br e PIB

Embora o IBC-Br seja considerado uma prévia do PIB, há diferenças metodológicas entre os dois indicadores. O índice do Banco Central leva em conta estimativas dos setores agropecuário, industrial e de serviços, além de impostos, mas não incorpora o lado da demanda da economia — considerado no cálculo do PIB oficial pelo IBGE.

O IBC-Br é, ainda, uma das principais ferramentas utilizadas pelo Banco Central para balizar decisões sobre a taxa básica de juros. Um crescimento mais forte da economia, por exemplo, pode aumentar a pressão inflacionária e influenciar na condução da política monetária.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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