Opinião

Feminicídios em Mato Grosso: por que isso não para?

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Por: Vânia Neves

É doloroso escrever sobre isso, mas é necessário. Mato Grosso continua registrando casos brutais de feminicídio, e a pergunta que ecoa de forma quase desesperada é: por que tantas mulheres continuam morrendo? E mais do que isso, o que ainda estamos deixando de fazer para impedir essas mortes anunciadas?

O que assusta é que, em sua maioria, esses crimes acontecem dentro de casa. O lugar que deveria ser sinônimo de abrigo e segurança vira o cenário da violência mais covarde. Em 72% dos casos, os assassinatos ocorrem na residência da vítima. Em quase 90%, os autores são parceiros ou ex-parceiros. São maridos, namorados, pessoas que um dia foram amadas, ou ao menos, acreditou-se que fossem. Isso mostra que o feminicídio não acontece por acaso. Ele é o resultado de uma escalada de violência, quase sempre precedida por agressões físicas, psicológicas e ameaças.

Ponto grave é o uso de armas de fogo. Em mais da metade dos casos, os feminicídios são cometidos com armas – que estão cada vez mais acessíveis. Como é possível que um agressor, mesmo com histórico violento, consiga manter uma arma dentro de casa?

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E por trás de tudo isso, há um fator ainda mais profundo: a cultura do machismo. A ideia enraizada de que a mulher é posse. Que o “não” feminino é desafio. Que o fim de um relacionamento é afronta. Muitos homens não matam por amor — matam por controle, por ego ferido, por não aceitarem que não mandam no corpo e na vida de outra pessoa. Isso é estrutural. Isso está nos discursos, nas piadas, nas músicas, nas omissões cotidianas.

Mas é possível mudar. Há ações sendo feitas. O Poder Judiciário tem implantado redes de proteção em municípios que antes não tinham nenhuma estrutura para acolher mulheres em risco. O Governo do Estado, por meio de programas como o SER Família Mulher, idealizado pela primeira-dama de MT Virginia Mendes, que tem constantemente cobrado uma ação eficaz do Congresso Nacional, oferece moradia, apoio financeiro e capacitação profissional para que essas mulheres não precisem voltar para quem as machuca.

A primeira-dama Virginia Mendes tem sido enfática cobrando leis mais duras, mas, parece que uma parcela de quem pode de fato concretizar essa medida não quer se mexer.

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A Polícia Civil, tem feito um trabalho de conscientização nas escolas e comunidades, mostrando que a prevenção também passa pela educação.

No entanto, ainda é pouco diante do tamanho da tragédia. Medidas protetivas precisam ser cumpridas. Denúncias precisam ter consequências. E acima de tudo, a sociedade precisa deixar de tratar o feminicídio como um problema alheio. É um problema nosso. É a vida de mães, filhas, amigas, colegas de trabalho sendo arrancadas de forma brutal — muitas vezes diante dos olhos de todos.

É preciso parar de normalizar o inaceitável. Cada vez que uma mulher morre, a sociedade fracassa mais uma vez. Denunciar salva. Apoiar salva. Escutar salva. E cobrar ações concretas também salva.

Enquanto não houver indignação real e ações conjuntas de todos os setores, vamos continuar contando corpos. E nenhuma política pública pode ser considerada suficiente enquanto o medo continuar vivendo dentro de casa.

Não se cale. A vida de uma mulher pode depender da sua voz.

Vânia Neves é jornalista e assessora de imprensa.

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Corpus Christi: Fé, Amor e Esperança em Tempos de Incerteza

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Celebramos hoje, com fé e devoção, o Corpus Christi, a festa da presença real de Cristo na Eucaristia.

Em um mundo onde tantos sofrem e vidas são perdidas em conflitos, esta data se reveste de um significado ainda mais profundo. Precisamos de paz, de muita fé, e que Deus acalme o coração daqueles que dominam as nações.

O mundo precisa de empatia e paz. É um convite à reflexão, à união e, acima de tudo, à prática do amor.

Em tempos de conflitos e incertezas, a fé se torna um farol, guiando-nos através da escuridão. A crença em um poder maior, em um Deus que nos ama incondicionalmente, nos fortalece para enfrentar os desafios e nos dá esperança em um futuro melhor.

A Eucaristia, o corpo e sangue de Cristo, é o alimento que nutre nossa alma e nos une em comunhão.

Mas a fé, por si só, não basta. É preciso que ela se traduza em ações, em gestos concretos de amor e solidariedade. O amor é a ferramenta fundamental para construir a paz e superar as divisões.

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É através do amor que podemos construir pontes, derrubar muros e transformar a realidade que nos cerca.
Corpus Christi nos lembra que somos todos irmãos, membros de uma mesma família humana. Somos chamados a amar uns aos outros, a perdoar as ofensas e a trabalhar juntos por um mundo mais justo e fraterno.

A Eucaristia nos convida a compartilhar, a doar e a nos colocar a serviço do próximo.

Que a celebração de Corpus Christi nos inspire a renovar nossa fé, a fortalecer o amor em nossos corações e a semear a esperança em um mundo sedento por paz.

Que possamos ser instrumentos da graça divina, levando a luz de Cristo a todos aqueles que precisam.

Virginia Mendes é primeira-dama de Mato Grosso, fiel e devota de Nossa Senhora Aparecida, e reconhece em todas as santas um exemplo de maternidade e intercessão em nossas vidas.

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