Opinião

Frases feitas, verdades absolutas e assombrações

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Os políticos são a vitrine da sociedade. Uma verdade absoluta é que todos os detentores de cargos eletivos — vereadores, prefeitos, deputados, senadores e governadores — são fruto do seio de nossa sociedade. Ouvimos muito uma frase de efeito: a política é dinâmica. Eu diria, como ex-piloto de avião, que ela é o que chamamos, em teoria de voo, de dinamicamente estável; ou seja, sempre tende a voltar ao seu estado original. Citando outra frase de efeito, que também é uma verdade absoluta: “tudo muda para continuar do mesmo jeito”.

A maioria dos políticos que fizeram ou estão fazendo uma carreira de sucesso trabalha muito; isso é uma verdade. Estão sujeitos a várias privações, são alvos constantes de críticas, cobranças e até xingamentos. Perdem a privacidade e, em muitos casos, o convívio familiar.

Existe um termo no meio que define políticos com longos mandatos, atuantes e que trabalham realmente em prol da sociedade. Entretanto, em um dado momento, são excluídos; esse fenômeno é conhecido como fadiga de material. Outros são excluídos sumariamente por pura incompetência ou perda total de prestígio e credibilidade. Há alguns que se recusam a aceitar essa “exclusão”. Continuam a orbitar a seara política, vagando pelos corredores ou em cargos comissionados, como almas penadas que desencarnaram, mas se recusam a sair do plano terrestre. No dito popular, costuma-se referir a essas “almas” como assombrações.

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Neste exato momento, temos dois exemplos típicos. O primeiro é o ex-senador e ex-governador Pedro Taques, que teve uma carreira meteórica e uma morte política precoce, e se recusa a permanecer no ostracismo. Tenta agora uma “ressurreição”, coisa que sabemos que só o levará a mais uma humilhante derrota, como na última eleição em que participou, sepultando de vez sua breve carreira na política.

Agora vamos tratar de um caso atípico, uma verdade absoluta que é uma unanimidade no meio político. Aí cito uma frase de efeito, que é da lei de Murphy: “se tem uma possibilidade de alguma coisa piorar, com certeza vai piorar”. Refiro-me ao agora deputado estadual Wilson Santos, que já foi vereador, deputado estadual, deputado federal e prefeito de Cuiabá. Ele é um caso atípico não pelo fato de ser competente ou trabalhador, mas sim por sua exímia capacidade de iludir, ludibriar e enganar o eleitor.

É muito comum, nas rodas políticas, comentarem que Wilson acredita nas próprias mentiras que conta; isso é uma verdade absoluta. Ele é um exemplo perfeito da síndrome de fadiga de material. Antes de sua iminente morte política, já faz um tempo que assombra por aí. O caso dele é de exorcismo, pois incorpora um “ser” que, nas raias do desespero, vem causando enormes prejuízos ao povo de Cuiabá, Várzea Grande e municípios vizinhos, como Rosário Oeste, Nobres, Acorizal e Jangada, entre outros.

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Pela sua sanha alucinada e doentia pelo poder, Mato Grosso perdeu um dos mais fantásticos e visionários projetos que se tem notícia: uma usina de hidrogênio verde. É isso mesmo, senhores e senhoras: perdemos por causa do senhor Wilson Santos, com sua demagogia barata e apego ao poder, num verdadeiro vale-tudo. Essa fábrica, que se instalaria em Mato Grosso, acabou indo para o estado do Rio Grande do Norte; uma lástima, um prejuízo incalculável, uma perda irreparável. Se Mato Grosso perder para o Rio Grande do Norte, vai ganhar de quem? Tudo por quê? Para que o senhor Wilson Santos passe mais quatro anos mamando nas tetas do erário. No momento certo e oportuno, o eleitor vai tomar ciência do enorme prejuízo, de quantos empregos foram perdidos e do que os municípios do Vale do Cuiabá perderam em arrecadação.

Fecho com uma frase de efeito que também é uma verdade absoluta: não há mal que perdure para sempre!

Rodrigo Rodrigues, jornalista, empresário e graduado em gestão pública.

 

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Virginia Mendes e o Direito de Voz / por: Marimax Comazze

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A cena durou segundos, na estreia do ‘Auto Paixão de Cristo 2025’, mas repercutiu por muitas horas. Na coletiva na Arena Pantanal, Virginia Mendes fez mais do que responder sobre a gestão do Hospital Central de Cuiabá, reivindicou com naturalidade um espaço que sempre foi seu ao lado de seu marido, o governador Mauro Mendes.

Seu “Deixa eu falar”, ecoa como manifesto silencioso das mulheres na política. Incomodou!

Ao falar sobre as críticas sobre a gestão do novo hospital central que estará sob o comando do Hospital Albert Einstein não aguentou.

“Só respondendo ao deputado Lúdio. Quando eu estive doente na Prefeitura, estava perdendo o meu rim. Fui para o Albert Einstein porque meu plano de saúde atende lá. Aqui não havia transplante. Fui tratada lá [no Einstein], e ele [deputado Lúdio Cabral] criticou porque eu estava sendo tratada lá. Estamos trazendo o melhor hospital do Brasil para atender à população aqui. É contra? Quem é contra?”

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O episódio revela nosso desconforto crônico com mulheres que ocupam microfones sem pedir permissão.

Se um homem interrompesse para dar uma resposta técnica, sequer notaríamos. Mas quando uma mulher faz o mesmo, o ato vira debate. A diferença de tratamento escancara o machismo residual disfarçado de protocolo que perpetua na sociedade.

Virginia Mendes, porém, não se limitou ao gesto simbólico. Trouxe substância: defendeu a vinda do Einstein com a autoridade de quem conhece a saúde pública não por relatórios, mas por experiência pessoal. Seu “Quem é contra?” foi tão certeiro quanto desconcertante – como questionar a excelência sem parecer defensor da mediocridade?

Longe de ser um caso isolado, o momento consolida sua transição de primeira-dama do Estado para liderança política autônoma. Seus projetos sociais e agora esta intervenção técnica mostram que Virgínia entendeu: lugar de mulher na política é onde ela decide estar.

O verdadeiro teste não será sua capacidade de falar, mas nossa disposição em ouvir sem estranhamento. Enquanto alguns ainda se incomodam com mulheres que tomam a palavra, Virginia segue escrevendo um manual novo – onde o direito de opinar não se pede, se exerce.

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Na política, talvez esteja nascendo uma peça que muitos não sabiam como mover. Mas ela já decidiu: não será limitada. Quer ser reconhecida por sua opinião- e pelo visto, já começou a jogar.

Marimax Comazze é administradora, suplente de vereadora, dirigente partidária e articulista.

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