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Entrevista Exclusiva com Ewerton Fulini, Vice-Presidente do Instituto Ayrton Senna 30 anos impactando a educação

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Recentemente, o portal Primeira notícia  teve a honra de visitar o Instituto Ayrton Senna, fundado em 1994 por Viviane Senna, irmã do tricampeão. Com a missão de proporcionar educação de qualidade a crianças e adolescentes que não têm acesso a oportunidades, o instituto nasceu do sonho do piloto, que sempre valorizou o poder transformador da educação.

Durante nossa visita, conversamos com Ewerton Fulini, vice-presidente do instituto, e formulamos cinco perguntas sobre os 30 anos de atuação da instituição e o número de jovens impactados por suas iniciativas.

Para nossa grata surpresa, descobrimos que Mato Grosso também é beneficiado pelas ações educacionais do instituto.

Entrevista

Primeira notícia: O Instituto Ayrton Senna nasceu de um sonho do piloto, que foi realizado por sua irmã, Viviane. Você poderia contar mais sobre essa história?

Ewerton Fulini: Ayrton Senna, além de sua paixão pelo automobilismo, tinha um grande amor pelo Brasil. O piloto sonhava com um país onde todos tivessem a oportunidade de serem vitoriosos no que quisessem. Pouco antes do acidente ocorrido em maio de 1994, ele compartilhou com Viviane Senna, sua irmã, o desejo de criar mais oportunidades para as crianças e jovens.

De todas as oportunidades que alguém possa receber, educação é a mais decisiva para o sucesso individual e para o desenvolvimento de um país. Para realizar o sonho do irmão e promover mais oportunidades por meio da educação, a família Senna decidiu levar a ideia adiante, fundando o Instituto em novembro do mesmo ano.

Primeira notícia: Quantos anos tem o Instituto e quantas crianças e adolescentes foram impactados por suas iniciativas e onde entra o esporte?

Ewerton Fulini: O Instituto Ayrton Senna sempre esteve comprometido em transformar a vida de crianças e jovens. Nos primeiros anos de sua atuação, focou em promover programas de introdução ao esporte e a arte em parceria com outras organizações. Ainda no final dos anos 1990, com o objetivo de chegar ainda mais longe, a atuação passou a focar na educação por meio de parcerias com redes de ensino públicas.

Em seus 30 anos de atuação, o trabalho do Instituto impactou todos os estados do Brasil e mais de 3.000 municípios, realizando mais de 36 milhões de atendimento a crianças e jovens por meio de programas de alfabetização, melhoria da aprendizagem, gestão e habilidades socioemocionais para o século 21, como pensamento crítico, resiliência, criatividade, trabalho em time, entre outras. No entanto, nossa maior realização não se resume aos números.

O verdadeiro legado do Instituto está na transformação da vida de estudantes, educadores e famílias por meio da educação de qualidade. Em nosso trabalho, implementamos soluções educacionais inovadoras em escala nacional, o que nos permitiu alcançar redes municipais e estaduais. Para alcançar resultados concretos, nossos programas atuam priorizando a eficiência, inspirado no setor empresarial, que aumentou o impacto das nossas ações. Além disso, fundamentamos nossas iniciativas em evidências científicas, garantindo políticas públicas duradouras e eficazes. Esse conjunto de abordagens foi fundamental para transformar o cenário educacional em muitos municípios pelo Brasil, refletindo-se em um impacto real.

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Primeira notícia: Qual a metodologia utilizada pelo Instituto Ayrton Senna para a educação, e quantos profissionais trabalham no instituto hoje?

Ewerton Fulini: O Instituto Ayrton Senna trabalha a partir da visão da educação integral, aquela que olha para o estudante em todas as suas dimensões. Essa forma de trabalhar com a educação vai além da aprendizagem acadêmica, como aprender a ler, escrever e calcular, mas também olha para aspectos socioemocionais dos estudantes. Fazemos isso por meio de programas que atuam na alfabetização, melhoria da aprendizagem, desenvolvimento das habilidades socioemocionais e gestão educacional. Em todos eles, a lógica de trabalho permanece consistente por meio de diagnósticos, formação de educadores e gestores, estabelecimento de metas, monitoramento de indicadores e oferecendo ferramentas e materiais educacionais para serem utilizados em sala de aula.
Um dos exemplos deste trabalho ocorre no município de Boca do Acre, no Amazonas, um local com diversos desafios de locomoção e logística: para chegar até lá, nossa equipe empreendia uma verdadeira jornada, com horas de caminhonete, barco e caminhada em mata fechada até chegar na região. Olhando para a realidade daquele local, focamos no desenvolvimento da política educacional do município e ações estruturadas para melhorar o aprendizado, a gestão escolar e a alfabetização, além de formações contínuas para professores e gestores. Isso contribuiu para a redução de taxas de evasão e reprovação, além de melhorias significativas no desempenho dos alunos nas avaliações. Com os mesmos professores e equipe, mas utilizando um método diferente, Boca do Acre conseguiu diminuir pela metade o percentual de alunos atrasados e se tornou o 1º lugar no IDEB (Índice de desenvolvimento da Educação Básica) do Estado em 2023 nos Anos Finais do Ensino Fundamental.
Outro exemplo é o município de Sobral, no Ceará. Há mais de 20 anos, a cidade, ocupava as últimas posições no ranking nacional de educação. Hoje, não apenas figura entre as primeiras colocadas, como se tornou referência mundial em políticas de alfabetização. Somos parceiros da rede desde 1997 e acompanhamos de perto essa transformação. Em 1996, mais de 80% dos alunos estavam atrasados em relação à serie esperada para sua idade, evidenciando grandes dificuldades com aprendizagem e progressão escolar. Mais de 15 anos depois, em 2021, o município conseguiu zerar este índice, provando que é possível mudar essa realidade.
Para levar essa transformação a cada estudante, atualmente, contamos com 82 colaboradores, que são o combustível para que o Instituto possa transformar vidas por meio da educação.

Primeira notícia: Em 2024, foi de homenagens aos 30 anos do legado do piloto. O que o Instituto Ayrton Senna está preparando para o futuro? Como vocês enfrentam as mudanças trazidas pela internet, metaverso e inteligência artificial?

Ewerton Fulini: No Brasil, ainda enfrentamos desafios estruturais, como a má qualidade da alfabetização e o alto número de estudantes que não concluem os estudos. Para combater este cenário complexo, a tecnologia pode ajudar oferecendo ferramentas que personalizam o ensino, expandem o acesso ao conhecimento e favorecem a capacitação contínua dos educadores. No entanto, sua inclusão só será eficaz se estiver integrada ao objetivo de formar cidadãos críticos, criativos e aptos a enfrentar desafios complexos. Nosso foco deve estar no uso estratégico da tecnologia, garantindo que ela seja um meio para potencializar a aprendizagem, e não um fim em si mesma.
Mais importante do que discutir o impacto da tecnologia, é falarmos sobre quais habilidades serão necessárias aos jovens para que façam bom uso desses recursos, além de terem sucesso no seu futuro e no novo mundo do trabalho. A educação socioemocional é essencial para preparar os estudantes não apenas para o ambiente escolar, mas também para os desafios da vida. Ela desenvolve habilidades fundamentais, como a empatia, resiliência, abertura ao novo, criatividade, pensamento crítico e foco – competências, ou softskills, que se tornam ainda mais críticas em um mundo cada vez mais conectado, dinâmico e imprevisível.
Para ingressar no mercado de trabalho, por exemplo, é esperado dos jovens que saibam trabalhar em equipe, cooperar e ter empatia para conviver com o diferente e criar conexões. Para lidar com situações inesperadas na vida e saber buscar soluções, é preciso muita abertura ao novo, criatividade e resiliência. Como sociedade, vamos precisar cada vez mais trabalhar em conjunto para enfrentar os desafios do nosso século. Todas essas capacidades passam por desenvolver o socioemocional dos estudantes.

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Primeira notícia: Você, como vice-presidente do Instituto Ayrton Senna, acredita que ainda há esperança para a educação no Brasil? O Estado de Mato Grosso é impactado pelo Instituto ou existem projetos planejados para lá?

Ewerton Fulini: Em um período em que o mundo enfrenta desafios inéditos, a mensagem de esperança e resiliência de Ayrton é mais importante do que nunca. Seu legado nos ensina que, unidos, somos capazes de vencer dificuldades e construir um futuro melhor para as gerações futuras. Assim como Ayrton inspirou milhões com sua determinação e coragem nas pistas, acreditamos que é possível acelerarmos a qualidade da educação para impulsionar o potencial que o país inteiro e cada estudante têm de cruzar sua própria linha de chegada.
Sobre nossa atuação no Estado do Mato Grosso, temos desde 2024 a implementação de um programa que fortalece as competências socioemocionais nas escolas da rede estadual, chegando a turmas do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e 1ª a 3ª série do Ensino Médio. Ao todo, o programa está presente em 307 escolas, alcançando mais de 200 mil estudantes, 779 coordenadores pedagógicos e quase 2 mil professores.

Fotos do instituto Ayrton Senna

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Rui Denardin: O que esperar do mercado automotivo em 2025?

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Por Rui Denardin – Grupo Mônaco: À medida que nos aproximamos do final do ano é natural começarmos a refletir sobre as projeções para 2025. No mercado automotivo não seria diferente. Grandes expectativas já surgem, especialmente diante dos resultados positivos de 2024, marcados pelo aumento das vendas e pela recuperação total do setor no cenário pós-pandemia.

Analisando os fatores que impactam esse mercado, 2025 promete ser um ano dinâmico, repleto de avanços tecnológicos e alinhado às novas demandas do consumidor. Conforme nos preparamos para esse futuro promissor, algumas tendências-chave já estão moldando o setor, e, como um player estratégico, precisamos estar atentos para liderar e inovar.

E uma dessas principais tendências que seguirá em alta é a busca por veículos sustentáveis. A eletrificação continuará sendo o principal motor de mudança, com uma previsão de aumento significativo na participação dos veículos elétricos, não apenas no Brasil, mas em mercados globais.

Isso ocorre devido à redução nos custos de produção de baterias e ao avanço da infraestrutura de carregamento. No Brasil, o crescimento do segmento tem sido impulsionado por incentivos fiscais e subsídios que tornam as soluções híbridas e elétricas mais acessíveis ao consumidor.

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Além disso, a busca por sustentabilidade permeia todos os aspectos da vida moderna, inclusive a mobilidade urbana. A produção de veículos elétricos tornou-se mais limpa, com o uso de materiais recicláveis, consolidando a responsabilidade ambiental como um diferencial competitivo.

Apesar das transformações tecnológicas, uma coisa não mudará em 2025: o foco na experiência do cliente. As empresas que conseguem oferecer atendimento excepcional, simplificar processos e garantir um suporte eficiente sairão na frente, conquistando a fidelidade de seus consumidores.

No Grupo Mônaco, valorizamos essa conexão desde a nossa fundação, na década de 1970. Meu pai, Armindo Denardin, ao inaugurar nossa primeira concessionária em Altamira, no Pará, chamava seu empreendimento de “Casa de Amigos”. Esse espírito de proximidade e atenção personalizada, seja para fechar um negócio ou apenas para receber bem quem nos procura, é um legado que mantemos até hoje.

O futuro do mercado automotivo não é apenas sobre tecnologia; é sobre como utilizamos essa tecnologia para melhorar vidas e gerar um impacto positivo no planeta. No Grupo Mônaco, estamos comprometidos em liderar essa transformação, com inovação, excelência e uma visão estratégica que priorize nossos clientes, colaboradores e parceiros.

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2025 será um ano para acelerar. Estou confiante de que estamos prontos para essa jornada, que promete grandes conquistas e novas possibilidades para montadoras, concessionárias e, principalmente, para nossos clientes. Que venha o novo!

Rui Denardin é CEO do Grupo Mônaco

Fonte: Auto

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